quarta-feira, 4 de agosto de 2010

“ Mula- sem- cabeça” a mulher do padre

Um problema enfrentado pela Igreja Católica foi a incontinência dos homens religiosos, diante das regras do celibato, imposto pelo Concílio Tridentino. Diante de corpos tão bonitos da mulher e os descaminhos da sedução feminina.
As mulheres compareciam em massa nas missas, em reuniões e festas em torno de padroeiro sacras na colônia permitindo um contato humano muito grande .
Dentro da igreja os padres eram a porta voz da moralidade, fora da igreja às suas praticas são outra passara de pastores de ovelhas a conquistador.

No cotidiano das cidadino , as vendeiras negras de tabuleiro , lavadeiras, costureiras e comerciantes, viviam se cruzando com os padres. Nesse vaivém as distancia eram quebradas favoreciam o envolvimento com as mulheres.
Esses casos aconteciam com mais freqüência do que se imagina não só no eixo Rio e São Paulo como também na Bahia. No sul da Bahia em 1813, Vitoriana, mulher solteira , viviam em concubinato com um padre com quem tinha duas filhas. Josefa, também solteira viviam com um padre e com ele tinha vários filhos . Essa união só era ameaçada com a chegada de um bispo que tornava público a união que era um escândalo e muitas vezes era excomungado.
A lenda da mula - sem- cabeça ilustra a infração cometida pelos padres que era mais importante do que o pecado quando se tratava de um homem de batina.Transformada, segundo a descrição do folclorista Câmara Cascudo , numa “ mula alentada e feros, animal negro com uma cruz de cabelos brancos,olhos de fogo e um facho luminoso na ponta da cauda” , a manceba do padre corre com espantosa rapidez até o terceiro cantar do galo, nas noites de quinta para sexta-feira. Para que não sofra tal transformação é preciso que o padre seu amasiado a abençoe antes de rezar a santa missa. Com a possibilidade de redenção até na tradição popular, as manceba de padres, no período colonial. ( DEL PRIORE,2000)



DEL PRIORE, Mary. Mulheres no Brasil Colonial.5ª. Ed. São Paulo. Contexto, 2000. (Coleção repensando a História).